sábado, 23 de fevereiro de 2008

Déjà vu....

Gostava de dizer que fui passear, que fiz uma viagem, mostrar fotos e partilhar experiências... mas não... Estou a viver uma fase da vida.

Também gostava de dizer que foi óptimo, que aprendi, que que que... aprendi forçosamente e cresci compulsivamente. Foi mais um amarrar de colete de forças como quem diz: “agora aguenta-te! Ultrapassa! É a vida!!”

É a minha vida...

Observo a serenidade de algumas vidas que me rodeiam... a linearidade aparente... o encadeamento dos acontecimentos... depois viro-me para mim e pergunto porque raio me acontece tudo ao mesmo tempo? Porque raio terei eu de viver nos extremos, entre o tudo ou o nada? Porque raio o tudo me leva sempre ao limite da minha resistência e o nada me confronta com o vazio?? Porque é que não posso ir simplesmente ao cinema? Beber um café? Rir despreocupadamente? É complicado dizem uns, pesado dizem outros... eu digo que para mim começa a ser normal... vivo uma normalidade anormal mas não sou a única. Onde estão os outros???

E porque acredito mesmo que a vida é hoje, aqui e agora saio de casa com a sensação febril de pura exaustão... recuso-me determinantemente a aceitar que a realidade é assim, difícil, pesada... de forma que me sinto a viver a vida dupla. Sou cada vez mais duas pessoas com duas vidas totalmente diferentes mas que se encontram ao sair de casa. Uma febril e exausta, que teve um dia difícil e outra alegre e leve que ri de forma infantil aos pulinhos pela rua fora... cruzam-se ao sair de casa mas uma fica geralmente pelo caminho.

O chegar a casa é que é estranho... porque as duas pessoas voltam-se a encontrar, e a alegria leve de uma, encara o cansaço da outra e forçosamente é feito um balanço. Ainda bem que fui e pulei, ainda bem que me ri e diverti sendo a outra... momentos ganhos! Tudo é bónus! (Diz a outra)... Eu, esta, a que observa, diz que procura a fusão das duas. Mas talvez isso seja o princípio da loucura e por isso não procuro demasiado.

Mas claro que as duas vidas se reflectem mutuamente... e há momentos entre pulos em que me pergunto: que faço eu aqui?? Estes são momentos de pura desorientação... uma sensação quase triste... em que me passa pela cabeça que estou totalmente desenquadrada... estes momentos passam... mas deixam na memória a sensação quase triste.

Na verdade isto de viver fases da vida é perigoso, especialmente quando as encaramos exactamente assim... como fases. E o perigo, quanto a mim, reside na espera... é uma fase... fico à espera que passe... Nunca!!! Uma fase é a vida!! E estúpido é passar pela vida à espera que ela passe!!!

Se o reflexo desta urgência em aproveitar o imediato, de forçar momentos positivos, é a loucura, venha ela!!! Antes louca que resignada!!!!

O que era escusado era serem forçados os momentos positivos, deviam acontecer naturalmente... não devia ser tão difícil chocar com o inesperadamente bom, não devia ter de conduzir com direcção assistida e chocar propositadamente (a fingir casualidades). Não devia mas faço-o, não fico à espera, sigo, bato, se partir chapa arranja-se, se cair levanto-me...

pelo sim, pelo não... podem ir aquecendo o colete de forças para a mesa 3.

1 comentário:

Anónimo disse...

Uma bjoka mto grande.

C;)